Universidade Federal do Paraná

Prédio Histórico da UFPR – Foto: Marcos Solivan
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a mais antiga instituição de ensino com concepção de universidade do Brasil, fundada em 19 de dezembro de 1912, inicialmente com o nome de Universidade do Paraná.

Atualmente as instalações da universidade estão distribuídas entre os diversos campi de Curitiba e de outras cidades do Paraná. A instituição oferta cursos de graduação, de mestrado, de doutorado, de especialização lato sensu, além de residências médicas, cursos técnicos e à distância.

A UFPR adota desde 2004 em seu vestibular um sistema de cotas próprio que reserva 20% das vagas de cada curso para estudantes oriundos de escolas públicas e 20% para alunos negros e pardos. Em 2013 passou a adotar, concomitantemente, o sistema de cotas instituído pelo governo federal, de maneira que a proporção total deve aumentar para 50% em quatro anos.

HISTÓRIA
Em 1892 o intelectual paranaense José Francisco da Rocha Pombo colocaria, no Largo Ouvidor Pardinho, a pedra fundamental da Universidade do Paraná. O projeto foi frustrado pelo Movimento Federalista que impediu a criação da universidade.

Vinte anos depois, em 1912, o estado contava com um reduzido número de intelectuais (apenas nove médicos e quatro engenheiros), mas se desenvolvia muito devido a produção da erva-mate. Além disso, a Guerra do Contestado fez com que as lideranças políticas se empenhassem pela criação de uma universidade, de modo a dar uma identidade ao povo paranaense. Na esteira da Reforma Rivadávia, que retirava do Estado a obrigação de oferta de ensino e dava liberdade à iniciativa privada de criar instituições de ensino superior, entre outras medidas polêmicas, Victor Ferreira do Amaral, deputado e diretor de instrução pública do Paraná, e Nilo Cairo da Silva, lideraram a fundação da Universidade do Paraná.

A Universidade do Paraná, uma instituição privada de ensino superior, foi fundada em 19 de dezembro de 1912, e iniciou suas atividades em 1913, num antigo prédio da Rua Comendador Araújo, residência do ervateiro Manoel Miró. Os primeiros cursos ofertados foram os de Ciências Jurídicas e Sociais, Engenharia, Medicina e Cirurgia, Comércio, Odontologia, Farmácia e Bioquímica. O primeiro aluno e primeiro funcionário foi o alagoano Oscar Joseph de Plácido e Silva. Após ter fundado a Universidade do Paraná, Victor Ferreira do Amaral, que foi também o primeiro reitor, deu início à construção do prédio central em um terreno doado pela prefeitura. Então, com a recessão econômica causada pela Primeira Guerra Mundial e com as políticas públicas do governo central vieram as primeiras dificuldades.

Em 1915, em decorrência da promulgação do Decreto 11530/1915 as regras para a criação e manutenção de universidades foram alteradas e o governo do país retomou a função de ofertar ensino em todos os níveis. Por conta das novas exigências do governo federal (a obrigatoriedade de a cidade sede de uma universidade ter mais de cem mil habitantes, por exemplo, o que não era o caso de Curitiba), a Universidade do Paraná teve que ser desmembrada em faculdades isoladas para poder continuar funcionando. A situação permaneceu assim até 1946, quando a lei foi novamente alterada e a possibilidade de criação de universidades fora do âmbito público federal voltou a figurar na lei. A recriação da Universidade do Paraná culminou, em 1951, com a "federalização" (transferência da iniciativa privada para a esfera pública). Com a transferência, a Universidade passou a se chamar Universidade Federal do Paraná, usando a sigla UFP. Na década de 1960, a UFP foi notório palco das reformas educacionais do regime militar, devido à ascensão de Flávio Suplicy de Lacerda ao cargo de Ministro da Educação do Brasil. A reforma educacional alterou a constituição das Universidades brasileiras de modo que o governo tivesse mais controle sobre as comunidades (em especial os estudantes, mais envolvidos na luta pela derrubada do regime e pela redemocratização do país). A reforma enxugou a estrutura da UFP. As faculdades e institutos foram substituídas por setores e a sigla passou a ser UFPR, para não haver confusão com as novas universidades criadas pelo regime em outros estados.


SEDE HISTÓRICA
A construção localizada na Praça Santos Andrade iniciou-se em 1913, um ano depois da fundação da Universidade. O projeto do engenheiro militar Baeta de Faria consta de apenas um bloco de cinco andares e uma cúpula central. A inauguração deu-se em 1915.
Universidade Federal do Paraná, em Curitiba
Sete anos depois, em 1923, houve a ampliação com a construção das blocos laterais, conforme o projeto original. O setor direito fica pronto em 1925 e passou a abrigar o curso de Engenharia. No ano seguinte foi concluído o setor esquerdo, que recebeu o curso de Odontologia, que daria origem após alguns anos à chamada Associação Brasileira de Odontologia (Secção Paraná). Novas ampliações foram realizadas no lado direito e o prédio recebeu uma nova pintura em 1940. Foram feitas mais obras estendendo o prédio no sentido da Rua XV de Novembro que ficaram prontas em 1951. Um ano depois, novas obras no setor direito obrigaram a demolição de parte da fachada lateral construída em 1940.

Em 1954 o edifício passou a ocupar uma quadra inteira, entre a Praça Santos Andrade, Rua XV de Novembro, Rua Presidente Faria e Travessa Alfredo Bufren. As últimas modificações foram feitas, após tantas ampliações uma nova fachada com muitas colunas e uma ampla escadaria foi projetada e a cúpula coberta foi retirada. A inauguração da obra com 17 mil metros quadrados em estilo neoclássico, ocorreu em 1955.

No ano de 1999 a prefeitura de Curitiba assinou uma lei que transformou o edifício no símbolo oficial da cidade, através de uma votação popular para a escolha do símbolo.

VESTIBULAR
A UFPR é conhecida por ter um dos mais difíceis e exigentes processos seletivos dentre as universidades federais. A 1ª Fase é composta de 80 questões de conhecimento geral (Matemática, Física, Química, Biologia, História, Português, Geografia e Língua Estrangeira Moderna). A 2ª Fase é dividida em duas etapas:

COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE  TEXTOS
Provas Específicas (variáveis conforme o curso desejado)
Diferentemente de várias instituições, a UFPR optou por substituir a tradicional redação dissertativa-argumentativa longa (modelo ENEM, Fuvest) por 3 propostas mais curtas porém mais abrangentes quanto a tema, flexibilidade e conhecimento de mundo do candidato, tornando o exame mais seletivo. Soma-se a isso o fato de cursos tradicionais (Direito, Psicologia) terem na 2ª Fase uma prova específica de Filosofia, o que, com exceção de algumas universidades mineiras (UFU, UFMG), praticamente não é cobrado no Brasil — reiterando a seletividade supracitada.
Os candidatos aos cursos do Campus Palotina podem realizar as provas em Curitiba ou Palotina. Para os demais cursos as provas acontecem apenas em Curitiba.

REPUTAÇÃO
A UFPR aparece em diversos rankings como uma das melhores instituições de ensino superior do Brasil, uma das poucas a ser mencionada também em classificações internacionais. No Ranking Universitário Folha de 2013, conquistou o 9º lugar geral e o 6º lugar em inovação. Já na edição 2013 do QS World University Rankings, situa-se entre as 651-700 melhores universidades do mundo e em 37º lugar entre as instituições latino-americanas.

Na pós-graduação, segundo avaliação CAPES 2010–2012, sete de seus programas foram classificados como de excelência e nível internacional, com conceito 6 (Física, Entomologia, Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, Bioquímica, Química, Direito e Desenvolvimento Econômico), treze com conceito 5 (muito bom) e os demais com conceitos 4 e 3, perfazendo 66 programas avaliados no total.

MOVIMENTOS ESTUDANTIS
As organizações estudantis têm presença bastante significativa na vida acadêmica da UFPR. Entre elas, estão os centros acadêmicos, que representam os alunos de cada curso individualmente, seja na proposição de atividades acadêmicas extra-curriculares como debates, discussões, palestras, semanas temáticas, recepção de calouros e realização de projetos de extensão, seja no encaminhamento, mobilização e organização de reivindicações e ações políticas dos estudantes. Elas também são responsáveis pela mediação de negociações e conflitos individuais e coletivos entre estudantes e a faculdade. Os centros acadêmicos da UFPR são vinculados à estrutura da Universidade, portanto sofrem a interferência da instituição, todavia sem maiores prejuízos às suas atividades. Existe ainda o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Paraná (DCE-UFPR), que se apresenta como entidade independente da Universidade, mas com substancial atuação junto aos órgãos da Administração, visando a melhoria e a qualidade no ensino e das condições dos acadêmicos.

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